Michelle Bolsonaro detona O Globo após deboche com internação de Bolsonaro: “Inúteis, desumanos e desconectados”

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Post polêmico sobre Bolsonaro causa revolta nas redes sociais e obriga Globo a se retratar
Michelle Bolsonaro lidera reação com críticas duras e ganha apoio de políticos e internautas
Humor político, liberdade de imprensa e ética: até onde vai o limite na cobertura jornalística?

Michelle Bolsonaro reage com indignação após O Globo zombar da internação de Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se tornou o centro das atenções nesta quarta-feira (16), ao reagir duramente contra uma publicação feita no perfil oficial do jornal O Globo na rede social X (antigo Twitter). O post, que linkava para uma matéria do blog de humor Sensacionalista, zombava da internação de Jair Bolsonaro, que está na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, com uma imagem do ex-presidente com sonda nasogástrica acompanhada do título:

Intestino de Bolsonaro se adianta e já está preso.”

A frase satírica fazia alusão ao quadro de obstrução intestinal enfrentado por Bolsonaro, mas acabou repercutindo negativamente. Milhares de internautas e apoiadores do ex-presidente entenderam a postagem como uma falta de respeito com alguém em estado de saúde delicado. Em meio à onda de indignação, Michelle Bolsonaro reagiu em um comentário na página do Pleno.News no Instagram, chamando o jornal de:

Inúteis, desumanos e completamente desconectados da realidade do povo brasileiro.”

A reação de Michelle viralizou e acendeu um novo capítulo na já tensa relação entre a família Bolsonaro e setores da imprensa tradicional. Nas redes, hashtags como #GloboLixo, #RespeitoJá e #ForçaBolsonaro rapidamente ocuparam os trending topics. A publicação, mesmo com tom de humor, atingiu um tema sensível e abriu um amplo debate sobre os limites do humor político, da ética jornalística e da liberdade de expressão na era digital.

Crise de imagem obriga O Globo a se retratar após avalanche de críticas

Diante da repercussão negativa e do desgaste de imagem, O Globo publicou uma retratação oficial poucas horas depois da postagem polêmica. No comunicado, o jornal tentou se justificar, afirmando que o erro foi de edição:

CORREÇÃO: Por um erro de edição, O Globo não identificou como sendo da coluna de humor Sensacionalista um post sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Pedimos desculpas aos leitores.

Entretanto, para muitos, o pedido de desculpas soou como evasivo e insuficiente. A jornalista Elisângela Coelho, em comentário nas redes, disparou:

Erro de edição ou desprezo calculado? A credibilidade da imprensa se sustenta na responsabilidade com a informação e no respeito, mesmo àqueles com quem se diverge.

O episódio ocorre em um momento crítico para Bolsonaro, que sofre com complicações intestinais desde a facada que levou durante a campanha presidencial de 2018. O ex-presidente passou por diversas cirurgias e internações ao longo dos anos. Desta vez, sua imagem fragilizada na UTI foi amplamente compartilhada, alimentando reações de solidariedade entre aliados e indignação entre apoiadores.

Personalidades como o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o pastor Magno Malta (PL-ES) também se manifestaram. Malta foi direto:

Zombar de um homem internado é a demonstração do nível a que chegou parte da mídia brasileira. Isso não é liberdade de imprensa, é perversidade institucionalizada.

O fato fortaleceu ainda mais o discurso da direita conservadora, que vê na grande imprensa uma postura sistematicamente hostil aos valores e lideranças do campo ideológico bolsonarista.

Humor político ou crueldade? Especialistas discutem os limites da imprensa e da liberdade de expressão

O caso também reacendeu um debate profundo sobre os limites do jornalismo, do humor e da crítica política em tempos de polarização extrema. A fronteira entre liberdade de expressão e discurso ofensivo ficou mais uma vez em evidência. De um lado, defensores da liberdade jornalística alegam que o conteúdo foi apenas uma sátira. De outro, críticos apontam que a situação ultrapassou o bom senso.

O jurista e especialista em comunicação André Marsiglia comentou:

Embora a liberdade de expressão seja um pilar fundamental da democracia, ela não é um cheque em branco. Existe uma linha entre crítica e crueldade gratuita. Estamos vivendo um tempo em que a monetização do ódio virou ativo de portais e veículos que perderam o senso de responsabilidade social.

A avaliação de Marsiglia é compartilhada por analistas políticos que enxergam no episódio uma tendência preocupante de transformar a dor humana em conteúdo viral. Com a lógica do engajamento acima de tudo, veículos acabam perdendo o parâmetro ético, especialmente quando o alvo é uma figura polêmica como Jair Bolsonaro.

Além disso, o episódio foi interpretado por muitos como mais uma tentativa de descredibilizar e desumanizar o ex-presidente, justamente em um momento de fragilidade. A própria Michelle Bolsonaro usou o episódio para reforçar seu papel de liderança na direita brasileira. Com forte presença nas redes sociais, ela vem crescendo em popularidade e já é considerada uma possível candidata à Presidência em 2026 ou a um cargo majoritário.

O caráter combativo e protetor de Michelle, demonstrado nesse episódio, ajudou a reforçar sua imagem entre os eleitores bolsonaristas. Ao defender o marido e atacar a grande imprensa, ela se posiciona estrategicamente como a voz da base conservadora, o que pode ser decisivo em seu futuro político.

Conclusão: quando a crítica ultrapassa o limite do respeito humano

A publicação irônica feita por O Globo não foi apenas um deslize de humor fora de hora. Ela escancarou o nível de tensão entre a mídia tradicional e os representantes da direita brasileira, além de abrir um debate necessário sobre ética, empatia e responsabilidade comunicacional.

A resposta firme de Michelle Bolsonaro, ao chamar o jornal de “inútil” e “desconectado da realidade do povo”, não apenas canalizou a indignação de milhões de apoiadores do ex-presidente, como também consolidou sua imagem como liderança em ascensão no cenário político nacional.

Enquanto isso, a polarização segue se aprofundando, com episódios como esse servindo de combustível para ambos os lados. A linha entre liberdade de expressão e ofensa precisa ser constantemente reavaliada, sobretudo quando se trata da saúde e dignidade de um ser humano — independentemente de sua posição política.

No fim das contas, o caso serve de alerta para jornalistas, políticos e cidadãos: o respeito deve ser o ponto de partida, mesmo nas divergências mais intensas. A democracia se fortalece no embate de ideias, não na exploração da dor alheia.

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