Se Débora Tivesse Escrito “Fora Bolsonaro” na Estátua, o Que Aconteceria?

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Nos últimos dias, um caso de vandalismo gerou intensos debates políticos e sociais. A pichação da estátua de Borba Gato, em São Paulo, com a frase “Fora Lula” reacendeu discussões sobre liberdade de expressão e seletividade na indignação. Mas e se, em vez disso, a frase fosse “Fora Bolsonaro”? Será que a reação seria a mesma?


A dualidade da liberdade de expressão


A liberdade de expressão é um dos pilares fundamentais da democracia, mas parece que seu valor depende do lado político em questão. Quando manifestações contrárias ao governo de esquerda acontecem, rapidamente surgem rótulos como “atos antidemocráticos”, “discurso de ódio” ou “ataque ao patrimônio”. No entanto, quando as críticas se voltam contra lideranças conservadoras, a narrativa muda.


Casos recentes mostram como a militância progressista muitas vezes se apropria do discurso da liberdade apenas quando lhe convém. Se uma pichação contra Lula é considerada vandalismo e crime, por que uma pichação contra Bolsonaro seria vista como um “ato de resistência”? O critério parece ser flexível, dependendo de quem está no alvo das críticas.


A seletividade da militância e da mídia


O caso da pichação da estátua gerou uma onda de indignação, com autoridades, intelectuais e figuras públicas condenando o ato. No entanto, se Débora tivesse escrito “Fora Bolsonaro”, será que a repercussão seria a mesma?


Olhando para episódios passados, fica evidente que a reação da mídia e da militância segue um padrão previsível. Quando atos de vandalismo ocorrem contra símbolos conservadores ou patrióticos, a narrativa costuma minimizar o ocorrido, chamando-o de “protesto legítimo” ou “manifestação cultural”. Por outro lado, qualquer ação que desagrade a esquerda rapidamente vira motivo de investigação, cancelamento e perseguição.


Essa seletividade na condenação revela uma hipocrisia evidente. Liberdade de expressão não pode ser um direito exclusivo de um lado do espectro político. Se uma frase contra Lula gera repúdio, uma contra Bolsonaro deveria ser vista da mesma forma – mas sabemos que, na prática, isso raramente acontece.


A criminalização da opinião política


O Brasil vive um momento perigoso em que opiniões políticas podem ser criminalizadas dependendo de quem as expressa. A censura disfarçada de combate à “desinformação” tem sido usada para silenciar críticos do governo, enquanto manifestações de ódio contra figuras da direita são ignoradas ou até incentivadas.


O caso de Débora nos faz refletir sobre até que ponto a liberdade de expressão está sendo relativizada no país. Se um cidadão não pode criticar um governante sem sofrer represálias, mas outro pode atacar um adversário político sem qualquer consequência, então a democracia está sendo corroída.


A justiça e a mídia deveriam tratar todos os casos com isonomia, sem importar a orientação política do acusado. Se pichar uma estátua é crime, deve ser crime em qualquer contexto. Se é um ato de protesto, deve ser reconhecido como tal independentemente do alvo. O problema é que essa imparcialidade parece estar cada vez mais distante da realidade brasileira.


Conclusão: liberdade para todos ou para alguns?


A grande questão que fica é: a liberdade de expressão no Brasil ainda vale para todos ou se tornou um privilégio de alguns? O caso de Débora, ao ser interpretado sob outra ótica, expõe as contradições de um sistema que protege um lado enquanto persegue o outro.


Se a justiça e a sociedade querem ser coerentes, precisam aplicar os mesmos critérios para todos os casos. Caso contrário, estaremos apenas alimentando um cenário de censura seletiva, onde criticar um governo pode ser crime, mas atacar outro é apenas “exercício da democracia”.


O verdadeiro teste da liberdade não está em proteger opiniões com as quais concordamos, mas sim garantir espaço para todas as vozes – inclusive as que desagradam a narrativa dominante.


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