O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu críticas sobre a atuação de sua esposa, Janja, em eventos internacionais. Durante sua passagem pela Ásia, Lula afirmou que a primeira-dama tem total autonomia para representar o Brasil e que não aceitará ataques infundados. A polêmica reacendeu o debate sobre o papel das primeiras-damas na política nacional.
Janja em eventos globais: Representatividade ou ativismo político?
Nos últimos dias, a presença de Janja em compromissos internacionais gerou uma onda de questionamentos por parte da oposição. A primeira-dama esteve em Paris representando o governo brasileiro na cúpula global de combate à fome e à má nutrição. O evento reuniu lideranças políticas, filantropos e empresários comprometidos com a erradicação da insegurança alimentar.
Lula foi enfático ao justificar a participação da esposa: “Minha mulher não é clandestina. Ela viajou a convite do presidente Macron para tratar de um tema fundamental para a humanidade. Quem critica não entende a importância da agenda que ela levou a Paris.”
Janja discursou como convidada de honra, destacando iniciativas do governo brasileiro, como o Bolsa Família e a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Ela reforçou a necessidade de ações concretas para combater a desnutrição infantil, alertando que milhões de crianças morrem todos os anos por falta de alimentos adequados.
A presença ativa da primeira-dama em eventos desse porte levanta debates sobre sua influência política. Enquanto aliados do governo veem sua atuação como positiva e alinhada às diretrizes do Planalto, opositores questionam se seu papel extrapola os limites institucionais.
Primeira-dama sob ataque: A oposição ignora o passado?
As críticas à atuação de Janja não são isoladas. Nos últimos meses, setores da oposição têm atacado sua participação em eventos governamentais, sugerindo que ela exerce um papel político informal. Lula, por sua vez, reforçou que sua esposa tem liberdade para atuar em frentes sociais e que seu engajamento não pode ser visto como algo inapropriado.
“Ela vai continuar fazendo o que gosta, porque mulher do presidente Lula não nasceu para ser dona de casa”, declarou o presidente, rebatendo insinuações de que Janja deveria ter uma postura mais discreta.
Curiosamente, esse tipo de questionamento não foi direcionado a primeiras-damas anteriores que também participaram de iniciativas governamentais. Marcela Temer, por exemplo, esteve envolvida em campanhas institucionais durante o governo de seu marido, Michel Temer. Ruth Cardoso, esposa de Fernando Henrique Cardoso, liderou importantes projetos sociais. Por que, então, o protagonismo de Janja incomoda tanto?
A resposta pode estar na postura combativa da primeira-dama. Janja não se limita a um papel figurativo e tem voz ativa em debates importantes. Isso desagrada setores que prefeririam vê-la em uma posição de coadjuvante, sem influência nos rumos do governo.
Lula desafia opositores: “A história vai julgar”
Diante da crescente onda de críticas, Lula deixou claro que não pretende ceder à pressão. Segundo ele, ataques sem fundamento não merecem resposta, pois o tempo se encarregará de mostrar quem estava certo.
“Não respondo à oposição. Acho que a Janja tem maturidade para lidar com o que é sério. O resto é molecagem, fake news e irresponsabilidade”, afirmou o presidente.
O discurso de Lula reforça sua estratégia de não dar palco para polêmicas vazias. Em vez de se desgastar com embates políticos, ele aposta na continuidade das ações de governo para consolidar a imagem de sua gestão.
Janja, por sua vez, segue engajada em temas de relevância global. Sua participação na cúpula em Paris demonstra que ela não pretende recuar diante das críticas. Pelo contrário, parece determinada a ocupar um espaço de protagonismo em causas sociais, independentemente das reações adversas.
O embate entre governo e oposição sobre o papel da primeira-dama está longe de terminar. Enquanto Lula defende sua esposa e reforça sua legitimidade para atuar em questões sociais, adversários políticos insistem em questionar sua influência. No fim, o julgamento caberá à sociedade, que decidirá se Janja está cumprindo um papel relevante ou se ultrapassa os limites do cargo que ocupa.