Déficit bilionário expõe falhas na gestão econômica do governo

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O resultado das contas do governo central em fevereiro de 2025 trouxe um dado preocupante: um déficit primário de R$ 31,7 bilhões. Apesar de ser um número menor do que o registrado no mesmo período de 2024, o rombo nas contas públicas ainda reflete desafios na administração fiscal do país.


Com a meta de zerar o déficit até o fim do ano, a equipe econômica precisa equilibrar receitas e despesas para evitar impactos negativos na economia. A estratégia do governo tem sido uma política fiscal mais rígida, mas o cenário ainda exige atenção.




Déficit em fevereiro é o menor em três anos, mas alerta continua


Os dados divulgados pelo Tesouro Nacional mostram que o resultado negativo de R$ 31,7 bilhões em fevereiro foi o menor para o mês desde 2022. No mesmo período de 2024, o déficit foi de R$ 61,2 bilhões, o que indica uma melhora expressiva.


Ainda assim, o valor ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa um rombo de R$ 37,7 bilhões. Isso sugere que o governo conseguiu controlar as contas com mais eficiência nos primeiros meses de 2025.


O saldo positivo no acumulado do ano também chama atenção. De janeiro a fevereiro, o governo central obteve um superávit de R$ 53,2 bilhões, contra R$ 21,2 bilhões no mesmo período de 2024. Esse resultado foi impulsionado por uma maior arrecadação de impostos e contenção de gastos em áreas estratégicas.


No entanto, especialistas alertam que esse desempenho inicial não garante que a meta fiscal será alcançada até o fim do ano. A política fiscal do governo precisará se manter rígida para evitar surpresas no segundo semestre.




Arrecadação cresce, mas cortes de despesas foram decisivos


O crescimento da arrecadação de impostos foi um dos principais fatores que ajudaram a reduzir o déficit em fevereiro. Impostos como o de Importação e o IPI tiveram aumento na receita, o que garantiu um fôlego extra para o governo.


Os principais destaques na arrecadação foram:

Imposto de Importação: aumento de R$ 2,1 bilhões;

IPI: acréscimo de R$ 1,5 bilhão;

Outras receitas administradas: crescimento de R$ 1,7 bilhão.


Por outro lado, houve uma queda na arrecadação de Imposto de Renda (-R$ 2,2 bilhões) e CSLL (-R$ 1,8 bilhão), o que limitou um crescimento ainda maior da receita total.


Se por um lado a arrecadação melhorou, o governo também teve que reduzir gastos para manter o controle das contas públicas. Um dos principais cortes foi nos pagamentos de precatórios, que caíram R$ 30,8 bilhões em relação a fevereiro de 2024. Essa estratégia ajudou a aliviar a pressão sobre o orçamento e contribuiu para a redução do déficit.


Entretanto, algumas despesas continuam subindo. Benefícios previdenciários e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) tiveram aumento devido ao reajuste do salário mínimo e à expansão no número de beneficiários. Além disso, o governo precisou aumentar repasses para estados e municípios, o que gerou impacto nas contas.




Governo mantém meta de zerar déficit, mas caminho é incerto


O grande desafio do governo para 2025 é cumprir a meta de déficit fiscal zero. A estratégia envolve controle rígido de despesas e aumento gradual das receitas, mas o caminho até lá não será fácil.


A meta fiscal segue um planejamento de crescimento sustentável das contas públicas, com superávits esperados para os próximos anos:

2026: superávit de 0,25% do PIB (R$ 33,1 bilhões);

2027: superávit de 0,50% do PIB (R$ 70,7 bilhões);

2028: superávit de 1% do PIB (R$ 150,7 bilhões).


Para alcançar esse equilíbrio, o governo aposta em uma política fiscal mais rígida neste primeiro semestre. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, a estratégia é evitar estímulos excessivos na economia, o que poderia gerar pressões inflacionárias e comprometer o ajuste das contas.


A postergação no pagamento dos precatórios faz parte dessa estratégia, ajudando a manter o caixa do governo equilibrado no curto prazo. No entanto, especialistas alertam que essa solução não pode ser adotada indefinidamente, pois a conta precisará ser paga em algum momento.


O cenário econômico para o restante do ano ainda traz incertezas, especialmente diante das oscilações no mercado financeiro e dos desafios externos. O cumprimento da meta de déficit zero dependerá de uma administração eficiente e da capacidade do governo em manter o equilíbrio entre arrecadação e despesas.


Com um início de ano mais positivo, o governo ganhou um fôlego extra, mas os próximos meses serão decisivos para definir o rumo das contas públicas.


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