O impacto da prévia da inflação de março foi sentido diretamente no bolso dos brasileiros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,64%, puxado principalmente pelo aumento nos preços da gasolina e dos ovos de galinha. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que os setores de Alimentação e Bebidas e Transportes foram os principais responsáveis pelo avanço da inflação no período.
Com a alta da gasolina em 1,83% e a disparada do preço dos ovos em 19,44%, as famílias enfrentam dificuldades para equilibrar o orçamento. O reflexo desses aumentos não se limita apenas aos combustíveis e alimentos básicos, mas se estende a outros produtos e serviços essenciais.
Gasolina sobe quase 2% e encarece custo de vida
O preço dos combustíveis segue como um dos principais desafios para os consumidores. Em março, a gasolina teve alta de 1,83%, sendo o subitem de maior impacto no IPCA-15, adicionando 0,10 ponto percentual ao índice total. A elevação da gasolina pressiona o custo do transporte individual e também impacta indiretamente outros setores da economia, já que o encarecimento do frete tende a refletir nos preços de diversos produtos.
Além da gasolina, outros combustíveis também ficaram mais caros no período. O óleo diesel subiu 2,77%, enquanto o etanol registrou aumento de 2,17%. Até o gás veicular teve leve alta de 0,08%. Esses reajustes representam um golpe no orçamento das famílias, que já lidam com o aumento do custo da cesta básica e demais despesas cotidianas.
O impacto da alta dos combustíveis não se restringe apenas aos motoristas, mas também afeta o setor de transportes como um todo. Com o aumento no custo operacional, empresas de transporte de cargas e passageiros podem repassar esse valor aos consumidores, encarecendo produtos e serviços no curto prazo.
Alimentos pesam no bolso e ovos lideram altas
A alimentação dentro de casa ficou significativamente mais cara em março. O grupo de Alimentação e Bebidas registrou aumento de 1,09%, com destaque para os produtos básicos do dia a dia. O maior vilão foi o ovo de galinha, que teve um salto impressionante de 19,44%, tornando-se um dos itens com maior variação no período.
Além dos ovos, outros alimentos essenciais também encareceram. O tomate registrou alta de 12,57%, seguido pelo café moído, que subiu 8,53%. Até mesmo as frutas, que costumam ter oscilações sazonais, ficaram 1,96% mais caras. Esses aumentos impactam diretamente a mesa do brasileiro, dificultando o planejamento financeiro das famílias e reduzindo o poder de compra da população.
Já a alimentação fora do domicílio também sofreu reajustes, embora em menor escala. O preço das refeições em restaurantes avançou de 0,43% em fevereiro para 0,62% em março, enquanto os lanches tiveram um aumento de 0,68%, um leve alívio em relação ao mês anterior, quando haviam subido 0,77%.
O encarecimento dos alimentos reflete desafios na cadeia produtiva e no abastecimento, com fatores como clima, custos logísticos e variações cambiais influenciando diretamente os preços. Para o consumidor final, a necessidade de substituir itens no carrinho de compras e buscar alternativas mais acessíveis tem sido cada vez mais comum.
Inflação segue pressionando e preocupa economistas
O avanço do IPCA-15 em março confirma a tendência de inflação persistente, especialmente em itens essenciais como combustíveis e alimentação. A alta de 0,64% no índice reforça os desafios enfrentados pelo Banco Central no controle da inflação, uma vez que a pressão sobre os preços pode dificultar eventuais cortes na taxa de juros.
Em fevereiro, a inflação já havia demonstrado aceleração, saindo de 0,11% em janeiro para 1,23% no mês seguinte. Agora, com um novo aumento em março, cresce a preocupação sobre os efeitos desse cenário no poder de compra da população e na recuperação econômica do país.
Com o IPCA-15 refletindo as tendências inflacionárias do período, especialistas avaliam que a continuidade dessas altas pode levar a ajustes na política monetária. Caso a inflação permaneça pressionada nos próximos meses, o Banco Central pode rever suas estratégias para conter os avanços nos preços e equilibrar a economia.
Enquanto isso, os brasileiros seguem sentindo no dia a dia o peso da inflação. Com alimentos mais caros e combustíveis em alta, o desafio de manter o orçamento sob controle se torna cada vez maior, exigindo planejamento e adaptações no consumo para enfrentar um cenário econômico ainda instável.