A recente pesquisa CNT de Opinião revelou um aumento significativo na desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os números mostram que a avaliação negativa do governo federal subiu de 31% para 44%, um salto de 13 pontos percentuais em relação à última rodada do levantamento realizada em novembro de 2024. Em relação à aprovação do presidente, os dados também indicam uma piora: o índice caiu de 50% para 40,5%, enquanto a reprovação aumentou de 46% para 55%.
Esse cenário de queda na popularidade preocupa o governo, especialmente considerando que Lula busca consolidar sua imagem para viabilizar uma eventual candidatura à reeleição. Para reverter o quadro, o presidente tem apostado em uma estratégia de aproximação com a população, intensificando sua agenda de viagens e anunciando novos investimentos em diversas regiões do país. Nos próximos meses, estão previstas visitas ao Espírito Santo, Santa Catarina e Bahia, com o objetivo de dialogar com diferentes setores da sociedade e reforçar o compromisso do governo com o desenvolvimento regional.
A queda na aprovação de Lula também encontra eco em outros levantamentos recentes. O instituto Datafolha, por exemplo, apontou que a aprovação do terceiro mandato do petista caiu de 35% em dezembro para 24% em fevereiro. Esse é o menor índice registrado em seus três mandatos, o que acende um alerta no Planalto. A equipe do presidente atribui parte dessa perda de apoio ao impacto da chamada "crise do Pix", que gerou insatisfação na população devido às mudanças nas regras de transferência bancária e às dificuldades econômicas enfrentadas por muitos brasileiros.
Especialistas apontam que fatores econômicos desempenham um papel central na queda de popularidade do governo. De acordo com Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, a pressão inflacionária e o aumento dos preços têm sido determinantes na percepção negativa da população em relação ao governo. Já Marcelo Costa Souza, diretor do Instituto MDA Pesquisa, avalia que a queda na aprovação está diretamente ligada às dificuldades enfrentadas pelo governo na implementação de medidas econômicas eficazes.
O governo tem buscado alternativas para reverter esse quadro e melhorar a percepção popular. Além das viagens e do contato direto com a população, Lula tem investido em programas sociais e políticas públicas voltadas à geração de empregos e à distribuição de renda. No entanto, a eficiência dessas medidas ainda é incerta, e o governo enfrenta desafios significativos para retomar a confiança dos brasileiros.
Outro ponto de preocupação é o impacto dessa desaprovação nas alianças políticas. Com uma avaliação negativa em alta, Lula pode encontrar dificuldades na articulação de apoios no Congresso Nacional e em futuras disputas eleitorais. A base governista tem se movimentado para conter a crise e fortalecer a imagem do presidente, mas o cenário político segue incerto.
As próximas semanas serão decisivas para entender se a estratégia adotada pelo governo surtirá efeito. A reação da população às ações anunciadas e a capacidade do governo de enfrentar os desafios econômicos serão determinantes para os rumos da gestão Lula. Enquanto isso, a oposição segue capitalizando a queda de popularidade do presidente, reforçando críticas e buscando ampliar sua base de apoio de olho nas eleições futuras.
Os dados da pesquisa CNT de Opinião foram coletados entre os dias 19 e 23 de fevereiro, com a participação de 2.002 entrevistados em diferentes regiões do Brasil. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, o que reforça a confiabilidade dos resultados. Com a divulgação desse levantamento, o governo federal precisa agir rápido para conter a insatisfação popular e evitar uma erosão ainda maior de sua base de apoio.