Uma nova pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) indica que a disputa pela Presidência da República em 2026 promete ser acirrada. Segundo os dados divulgados na 163ª rodada da Pesquisa CNT de Opinião, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível, aparece à frente do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em possíveis cenários de segundo turno. No embate contra Lula, Bolsonaro teria 43,4% das intenções de voto, enquanto o petista alcançaria 41,6%. Contra Haddad, a vantagem do ex-presidente seria de 43,1% a 39,4%.
Apesar da aparente vantagem, a pesquisa aponta que os cenários configuram um empate técnico, já que as diferenças estão dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais. O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro, com a participação de 2.002 eleitores. O resultado reforça a polarização política no Brasil e evidencia que a eleição de 2026 pode ser decidida por uma pequena diferença de votos.
Mesmo liderando os cenários testados, Bolsonaro encontra-se inelegível até 2030, após condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores antes das eleições de 2022. A decisão impede que ele concorra a cargos eletivos nos próximos anos. Além disso, o ex-presidente enfrenta uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) relacionada a uma suposta tentativa de golpe.
A pesquisa também avaliou outros possíveis confrontos no segundo turno. Em uma disputa entre Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o atual presidente teria 41,2% contra 40,7% do adversário. Já em um embate entre Haddad e Tarcísio, os números seriam ainda mais equilibrados, com o governador alcançando 38,3% e o ministro da Fazenda marcando 37,3%. Esses resultados reforçam o cenário de disputa apertada, onde qualquer oscilação na intenção de voto pode ser decisiva.
Os dados da pesquisa revelam um panorama de indefinição e incerteza quanto ao futuro político do Brasil. A polarização segue evidente, com candidatos da esquerda e da direita dividindo as preferências do eleitorado. Com a inelegibilidade de Bolsonaro, a estratégia do Partido Liberal deve focar em uma nova liderança que consiga herdar seu capital político. Entre os nomes cotados para esse papel, Tarcísio de Freitas surge como um dos principais candidatos, considerando sua popularidade crescente e o desempenho competitivo na pesquisa.
Por outro lado, o Partido dos Trabalhadores enfrenta o desafio de manter sua base unida e ampliar seu alcance entre os indecisos. A pesquisa mostra que, apesar de um leve favoritismo em alguns cenários, Lula e Haddad enfrentam uma concorrência acirrada e precisarão de uma estratégia eficaz para consolidar suas candidaturas.
Com a aproximação do período eleitoral, os próximos meses serão decisivos para a definição dos cenários políticos. A evolução das investigações contra Bolsonaro, a performance do governo Lula e o fortalecimento de novas lideranças serão fatores determinantes para moldar o tabuleiro eleitoral de 2026. A expectativa é que novos levantamentos possam trazer um retrato ainda mais claro das intenções do eleitorado e do possível desfecho dessa disputa que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos.