O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou nesta quinta-feira (27 de fevereiro de 2025) que a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro não pode ser concedida de forma igualitária a todos. Para o senador, é necessário modular as punições de acordo com o nível de envolvimento de cada pessoa, evitando tanto a impunidade irrestrita quanto o rigor excessivo do Judiciário. Em entrevista à Rede TV!, Alcolumbre defendeu um equilíbrio entre justiça e proporcionalidade na aplicação das penas.
"Nós temos que fazer uma mediação e uma modulação na questão da anistia. Ela não pode ser uma anistia para todos de maneira igual. E ela também não pode, nas decisões do Judiciário, ser uma punibilidade para todos na mesma gravidade", argumentou o presidente do Senado. Segundo ele, a rigidez das sentenças tem causado forte reação na sociedade, gerando comoção popular e acirrando os ânimos políticos.
Alcolumbre já havia se manifestado anteriormente sobre o tema, enfatizando que uma decisão sobre a anistia não traria pacificação ao Brasil. O parlamentar tem mantido uma posição cautelosa e, recentemente, descartou a possibilidade de o Senado pautar a discussão do tema no curto prazo. "Esse não é o caminho", reforçou, ao comentar as críticas sobre a severidade das penas aplicadas até o momento.
A discussão sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro tem dividido opiniões dentro do Congresso Nacional e na sociedade. Enquanto alguns defendem punições exemplares para evitar novos episódios de violência contra as instituições, outros argumentam que a aplicação indiscriminada de penas severas pode ser injusta para aqueles que tiveram participação menor nos atos.
O posicionamento de Alcolumbre reflete um impasse que deve continuar gerando debates acalorados no cenário político brasileiro. Com o Judiciário adotando uma postura firme contra os envolvidos e o Senado demonstrando resistência em pautar uma anistia ampla, o futuro dos julgamentos relacionados ao 8 de janeiro permanece incerto.