Cirurgia de Bolsonaro: Médicos Detalham Quadro Delicado e Estabilidade Pós-Operatória

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Internação em Brasília e Situação Atual


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado desde a noite do último sábado (12/4) no Hospital DF Star, em Brasília, após ser transferido de Natal (RN), onde foi hospitalizado às pressas por conta de fortes dores abdominais. A equipe médica identificou um quadro de subobstrução intestinal que exigiu intervenção cirúrgica imediata. No domingo (13/4), Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de grande porte, com duração de 12 horas, cujo foco principal foi a liberação de aderências intestinais e a reconstrução da parede abdominal. Desde então, o ex-presidente permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em razão da complexidade do pós-operatório.


Segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira (14/4), o estado de saúde do ex-presidente é estável, ainda que o momento inspire cuidados redobrados. “A cirurgia foi extremamente complexa. Havia muita aderência no intestino, o que dificultou bastante o procedimento, mas o resultado foi excelente”, afirmou o cardiologista Leandro Echenique, membro da equipe que acompanha Bolsonaro. A ausência de intercorrências durante o procedimento, aliada à boa resposta clínica até o momento, é motivo de otimismo, embora o cenário ainda exija vigilância intensiva.


Cláudio Birolini, cirurgião-chefe da equipe médica, acrescentou que a condição enfrentada por Bolsonaro pode ter se desenvolvido ao longo dos últimos meses. Ele explicou que o intestino do ex-presidente apresentava sinais de sofrimento persistente, o que torna o processo de recuperação mais delicado e lento. Por ora, Bolsonaro será mantido em nutrição parenteral, ou seja, alimentação por via intravenosa, sem previsão de retorno à alimentação oral. A expectativa é que o intestino descanse e recupere suas funções básicas antes de qualquer avanço para etapas subsequentes do tratamento.


A Gravidade do Quadro e o Procedimento Cirúrgico


A cirurgia pela qual Jair Bolsonaro passou foi considerada uma das mais delicadas desde o atentado à faca que sofreu em 2018, durante a campanha presidencial. O próprio médico pessoal do ex-presidente, Cláudio Birolini, destacou que o episódio atual foi, em termos clínicos, o mais grave desde aquele evento traumático. A duração do procedimento, de 12 horas ininterruptas, reflete o grau de complexidade envolvido na intervenção.


De acordo com a equipe médica, a cirurgia teve início às 10h de domingo e não apresentou complicações intraoperatórias. O boletim médico emitido às 21h40 do mesmo dia confirmou que não houve necessidade de transfusão de sangue, um indicativo importante da estabilidade hemodinâmica do paciente durante o processo. O objetivo principal da cirurgia foi remover aderências formadas no intestino — uma consequência comum em pacientes com histórico de traumas abdominais — e reparar a estrutura da parede abdominal, comprometida pelas diversas intervenções anteriores que Bolsonaro já enfrentou desde 2018.


Os médicos ressaltaram que as primeiras 48 horas do pós-operatório são as mais críticas, período no qual o paciente é monitorado continuamente para prevenir infecções, avaliar a função intestinal e garantir que não ocorram novas obstruções. Após essa janela inicial, inicia-se uma segunda fase de recuperação, ainda delicada, mas com menor risco de complicações agudas. A equipe reiterou a importância de um processo gradual de reabilitação, sem precipitações, para garantir uma recuperação sólida e duradoura.


Recuperação, Cuidados e Expectativas Futuras


No momento, Jair Bolsonaro segue sem previsão de alta da UTI. A equipe médica destaca que a recuperação completa exigirá paciência, cautela e adesão estrita às recomendações clínicas. Entre as prioridades da equipe está o controle da inflamação intestinal, o retorno progressivo das funções digestivas e a reintegração do ex-presidente às atividades rotineiras com segurança. Por ora, ele permanecerá em repouso absoluto, com visitas limitadas e monitoramento constante.


A nutrição parenteral, que dispensa o uso do trato gastrointestinal, será mantida até que o intestino demonstre sinais claros de recuperação. “A função intestinal precisa ser retomada com cuidado. É fundamental respeitar o tempo biológico do organismo, evitando qualquer tipo de estímulo precoce que possa comprometer a cicatrização e a estabilidade do quadro clínico”, afirmou Birolini. Essa abordagem conservadora visa reduzir ao máximo o risco de recaídas, que poderiam demandar novas intervenções cirúrgicas.


O quadro de Bolsonaro reacende discussões sobre sua saúde e capacidade de liderar politicamente no futuro. Apesar de estar inelegível até 2030, ele continua sendo uma figura central na política brasileira, especialmente no campo da direita. Analistas políticos e apoiadores acompanham com atenção cada atualização médica, atentos às implicações que seu estado de saúde pode ter no cenário político nacional.


A internação de Bolsonaro também mobilizou diversas lideranças políticas, que expressaram solidariedade nas redes sociais. Integrantes do PL, partido ao qual o ex-presidente é filiado, destacaram a importância de sua plena recuperação para a continuidade de sua atuação política. Em Natal, onde o ex-presidente se encontrava em agenda política antes do agravamento do quadro, manifestações de apoio reuniram simpatizantes e lideranças locais.


Do ponto de vista clínico, a expectativa da equipe é que, após o período mais crítico do pós-operatório, Bolsonaro inicie uma fase mais estável e possa, eventualmente, ser transferido para um quarto comum. A retomada de suas atividades, no entanto, dependerá de sua resposta à reabilitação, que deverá ocorrer de forma cuidadosa e sob vigilância médica contínua.


A experiência acumulada pela equipe médica, aliada à infraestrutura do Hospital DF Star, garante ao ex-presidente um ambiente propício à recuperação. Ainda assim, o processo será longo e exigente. O boletim médico reforça a importância de manter as expectativas realistas quanto ao ritmo de evolução clínica.


A operação de domingo foi a mais recente de uma série de intervenções cirúrgicas pelas quais Jair Bolsonaro passou desde que foi alvo de um atentado a faca em 2018. A facada resultou em múltiplas cirurgias abdominais ao longo dos anos, deixando sequelas que continuam impactando sua saúde. A atual internação, embora planejada às pressas, é mais um capítulo dessa trajetória de desafios médicos enfrentados pelo ex-presidente.


O próximo boletim médico deverá ser divulgado nas próximas horas, trazendo atualizações sobre o quadro clínico e os avanços na recuperação. Enquanto isso, o Brasil acompanha atentamente o desdobramento dessa nova fase na vida de Bolsonaro, que segue sendo uma das figuras mais influentes do cenário político nacional.


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