Trump Promete "Revolução Comercial" e Decreta Novas Tarifas Contra o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pronunciamento impactante ao Congresso na noite desta terça-feira (4/3), no qual deixou claro que sua administração está apenas no início de uma ampla reestruturação econômica e geopolítica. Durante o discurso de 1 hora e 40 minutos, Trump anunciou novas sanções comerciais, ameaçou países estratégicos, atacou a diversidade e reafirmou que os EUA estão à beira de uma transformação sem precedentes.

Desde sua posse, em 20 de janeiro, o republicano tem implementado um volume impressionante de medidas executivas. “Em 43 dias, conseguimos mais do que a maioria dos governos alcança em quatro ou oito anos, e estamos só começando”, afirmou, em tom triunfante. Ele reforçou que os Estados Unidos estão entrando em um novo ciclo de prosperidade, destacando que o chamado “sonho americano” está em plena ascensão. “Nosso país está à beira de um ressurgimento como o mundo nunca presenciou, e talvez nunca volte a presenciar”, enfatizou.

A nova política econômica do governo norte-americano inclui tarifas agressivas contra países considerados concorrentes comerciais. Trump mencionou explicitamente o Brasil, além da União Europeia, China, Índia, México e Canadá, afirmando que essas nações impõem tarifas excessivamente altas contra produtos americanos. “Nós finalmente vamos responder a essa injustiça comercial. Essas tarifas abusivas contra os EUA estão com os dias contados”, declarou.

No mesmo dia do discurso, entrou em vigor uma tarifa de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México. Além disso, Trump assinou um decreto que dobra a taxação sobre mercadorias chinesas, elevando a taxa de 10% para 20%. A reação do mercado foi imediata, com o dólar registrando oscilações negativas.

Elon Musk na Plateia e Críticas a Biden

Outro momento que chamou atenção foi a presença do bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental. Musk, que se tornou um aliado próximo da administração Trump, foi citado pelo presidente em tom elogioso. Sua participação reforça a aliança entre o governo e as grandes empresas de tecnologia, em uma tentativa de impulsionar a competitividade dos Estados Unidos frente à China.

Trump não perdeu a oportunidade de atacar seu antecessor, Joe Biden, e os democratas, a quem chamou de “lunáticos radicais de esquerda”. O presidente comemorou a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e reafirmou sua oposição a políticas de inclusão e diversidade. As falas provocaram protestos dentro do Congresso. Cartazes com a palavra “mentiras” foram erguidos por congressistas democratas, e o deputado Alexander Green, do Texas, acabou sendo retirado do plenário após interromper a fala do presidente aos gritos.

Tensões com Brasil e Outros Países

A política protecionista de Trump pode trazer impactos diretos ao Brasil, especialmente no setor agrícola e industrial. As novas tarifas devem afetar exportações brasileiras de aço, alumínio e produtos agrícolas. Analistas avaliam que a medida pode desencadear retaliações comerciais e dificultar as relações diplomáticas entre os dois países.

O Brasil, que historicamente tem mantido boas relações comerciais com os EUA, agora enfrenta uma possível guerra tarifária. Trump argumenta que as taxas impostas pelo Brasil sobre produtos americanos são “tremendamente altas” e que a resposta americana será proporcional. “Não vamos mais permitir que países explorem a economia dos Estados Unidos”, afirmou.

Ucrânia e Negociações com Putin

Outro ponto central do discurso de Trump foi a guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente norte-americano declarou que a Ucrânia está prestes a assinar um acordo estratégico com os Estados Unidos para a exploração de minerais raros. No entanto, a assinatura do documento foi adiada após um embate público entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ocorrido no Salão Oval da Casa Branca na última sexta-feira (28/2).

Apesar das tensões, Trump afirmou que há indícios de que a Rússia está pronta para negociações de paz. “Conversamos com os russos simultaneamente e recebemos sinais muito fortes de que eles estão prontos para a paz”, garantiu. A declaração, no entanto, foi recebida com ceticismo pela oposição, que questiona o comprometimento de Putin com um possível cessar-fogo.

Conclusão

O discurso de Trump ao Congresso reforça seu estilo agressivo e sua disposição de remodelar a política externa e comercial dos Estados Unidos. Com novas tarifas contra países estratégicos, ataques aos democratas e uma aproximação com líderes empresariais como Elon Musk, o presidente demonstra que está disposto a enfrentar polêmicas e adotar medidas drásticas para consolidar sua visão de governo.

As consequências dessa postura protecionista ainda são incertas, mas especialistas alertam que a escalada de tarifas pode desencadear uma reação global e prejudicar a economia americana a longo prazo. Enquanto isso, aliados e adversários aguardam os próximos passos da administração Trump, que parece determinada a reescrever as regras do comércio internacional e da geopolítica mundial.

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