Flávio Bolsonaro denuncia perseguição e acusa STF de parcialidade
Durante a manifestação bolsonarista em Copacabana, no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que "esse alexandrismo tem que acabar". Segundo ele, Moraes utiliza o Judiciário para perseguir opositores políticos, ignorando a Constituição e promovendo um sistema de decisões arbitrárias. A declaração reforça o discurso bolsonarista contra o STF e ocorre em um momento em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta um julgamento decisivo na Suprema Corte.
O senador acusou Moraes de agir por "vingança", alegando que o ministro toma decisões "ignorando a Constituição" e punindo seletivamente adversários políticos. A fala ocorre em um momento de tensão entre o Judiciário e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode se tornar réu em um julgamento previsto para o fim de março.
Flávio convoca apoiadores para pressionar autoridades
O senador também usou seu discurso para convocar a população a se manifestar em todo o Brasil, alegando que o futuro das "próximas gerações" está em jogo. Segundo Flávio, a mobilização não se limita à defesa do ex-presidente, mas também às liberdades individuais e ao que ele considera como o risco de um Judiciário autoritário.
Ele reforçou a crítica às decisões recentes do STF, alegando que o tribunal extrapola suas funções ao interpretar as leis de maneira arbitrária. A narrativa fortalece o discurso de perseguição política, um dos pilares da estratégia bolsonarista para mobilizar sua base de apoio.
Denúncia contra Bolsonaro e o risco de se tornar réu
Jair Bolsonaro e outros sete aliados estão na mira da Procuradoria-Geral da República (PGR), que os denunciou por suposta tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do STF analisará o caso em três sessões agendadas para os dias 25 e 26 de março.
Se a Corte aceitar a denúncia, Bolsonaro se tornará réu e poderá enfrentar um longo processo judicial, com possibilidade de condenação a até 30 anos de prisão. Entre as acusações estão crimes como organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado contra patrimônio da União.
"Alexandrismo" e a disputa entre Poderes
O termo "alexandrismo", cunhado por apoiadores de Bolsonaro, é uma referência crítica ao que consideram um autoritarismo judicial exercido por Moraes. O ministro tem sido um dos principais alvos do bolsonarismo, especialmente por sua atuação em inquéritos sobre fake news, atos antidemocráticos e tentativas de desestabilização das instituições.
Para os aliados do ex-presidente, as decisões de Moraes são motivadas por interesses políticos e ultrapassam os limites da legalidade. No entanto, juristas defendem que o ministro age dentro do escopo de sua competência, protegendo o regime democrático contra ameaças concretas.
Anistia: tema central da manifestação
A mobilização em Copacabana também teve como foco a defesa da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, tema que encontra resistência dentro do próprio Congresso Nacional. A proposta, que conta com apoio de parlamentares bolsonaristas, enfrenta dificuldades para avançar devido ao temor de um embate com o STF.
Nos bastidores, lideranças conservadoras avaliam que o sucesso da anistia dependerá da pressão popular. Caso a mobilização ganhe força, há possibilidade de que o tema seja pautado no Congresso, mas a oposição já se articula para barrar qualquer avanço.
Repercussão e próximos passos
A fala de Flávio Bolsonaro repercutiu rapidamente nas redes sociais e na imprensa. Enquanto aliados do senador reforçam as críticas a Moraes, opositores apontam que a declaração é uma tentativa de desacreditar o STF e criar um ambiente de deslegitimação institucional.
O clima de tensão entre o Executivo e o Judiciário deve se acirrar ainda mais nas próximas semanas, conforme se aproxima o julgamento da Primeira Turma do STF. Caso Bolsonaro se torne réu, o cenário político brasileiro pode passar por uma nova fase de polarização intensa.