O desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva protagonizou uma cena de alta tensão no Supremo Tribunal Federal (STF) ao ser impedido de entrar no plenário da Primeira Turma. O julgamento em questão envolvia o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados, acusados de envolvimento em uma suposta trama golpista. O episódio gerou grande repercussão e levantou debates sobre o acesso de advogados a sessões judiciais.
O impedimento de Sebastião Coelho e sua reação explosiva
Ao ser barrado na entrada do plenário, Coelho não conteve sua indignação e começou a protestar em voz alta. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, precisou interromper a leitura do relatório enquanto os gritos do advogado ecoavam pelo tribunal. Durante o protesto, era possível ouvir palavras como "arbitrário", destacando sua revolta contra a decisão de impedi-lo de acompanhar a sessão.
Em um vídeo compartilhado por ele mesmo, Coelho relatou sua insatisfação com a situação: "Estou aqui na porta da Turma onde está começando o julgamento. Sou Sebastião Coelho, advogado de Filipe Martins. Tem lugares dentro do plenário e estou sendo impedido de entrar". A gravação rapidamente viralizou nas redes sociais e provocou debates sobre os limites do acesso de advogados a tribunais.
A detenção por desacato e a repercussão na advocacia
Durante a confusão, agentes do STF detiveram Sebastião Coelho sob a acusação de desacato e ofensas ao tribunal. O episódio gerou indignação entre advogados e setores que defendem o direito de ampla defesa. Após ser levado sob custódia, Coelho foi liberado horas depois, mas não sem antes manifestar sua indignação.
Nas redes sociais, ele publicou: "Há pouco fui impedido de entrar na sessão de julgamento no STF. SOU ADVOGADO DO FILIPE MARTINS. E fui preso; depois solto". O caso gerou reações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de outros juristas, que passaram a discutir se houve abuso por parte do tribunal.
A polarização e os desdobramentos políticos do caso
Sebastião Coelho já era conhecido por sua postura crítica em relação ao STF, especialmente durante os julgamentos dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Seu embate com o tribunal é parte de um cenário maior de polarização política no país, onde figuras ligadas ao governo Bolsonaro frequentemente entram em choque com as instituições judiciais.
O caso também trouxe à tona questionamentos sobre o tratamento dado a advogados de acusados em processos de alta repercussão política. Para alguns, a atitude do STF foi excessiva, restringindo o direito de defesa. Para outros, a reação de Coelho foi desproporcional e configurou um ato de desrespeito ao tribunal.
A discussão sobre os limites entre liberdade de expressão, respeito às instituições e o direito à ampla defesa promete se estender nos próximos dias. Enquanto isso, o julgamento de Bolsonaro e seus aliados continua em andamento, cercado de grande expectativa e novas tensões.
