A polarização política no Brasil teve mais um capítulo neste fim de semana. O ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira usaram as redes sociais para ironizar a baixa adesão à manifestação convocada por Guilherme Boulos na Avenida Paulista. O evento, que deveria mostrar a força da esquerda, acabou esvaziado e se tornou alvo de críticas e deboche.
Comparando os protestos: multidões e esvaziamento
O ato de Bolsonaro, realizado no dia 16 de março em Copacabana, reuniu uma multidão impressionante, com estimativas extraoficiais apontando centenas de milhares de participantes. Em contrapartida, a manifestação de Boulos não teve a adesão esperada. De acordo com a Universidade de São Paulo (USP), apenas 18,3 mil pessoas compareceram ao evento, um número considerado baixo para quem pretendia demonstrar força popular.
Diante disso, Bolsonaro ironizou a situação em suas redes sociais:
“Segundo a USP e a Rede Globo, a manifestação do PT contra a anistia dos presos políticos do 8 de janeiro tem 5 bilhões de pessoas!”
A declaração rapidamente viralizou entre seus apoiadores, que reforçaram as críticas à mobilização esvaziada da esquerda.
Nikolas Ferreira entra na provocação e viraliza
Nikolas Ferreira, um dos principais nomes da direita nas redes sociais, também ironizou o fracasso do evento. Em sua conta no X (antigo Twitter), ele compartilhou uma foto da manifestação com a legenda:
“A esquerda conseguiu fazer uma manifestação tão grande, mas tão grande, que dá pra contar quantas pessoas foram na foto kkkkk [...] Eu contei 44 e vocês?”
Em seguida, fez outra publicação provocativa:
“Se o Bolsonaro comer um pastel na Paulista, dá mais gente.”
As postagens se espalharam rapidamente, gerando milhares de curtidas e compartilhamentos, enquanto apoiadores da direita usavam o fracasso do evento para questionar a força da esquerda.
Boulos responde e tenta minimizar o impacto
Diante das provocações, Guilherme Boulos reagiu argumentando que a manifestação não deveria ser avaliada pelo número de participantes, mas pelo significado do protesto. Em suas redes sociais, ele declarou:
“A democracia não se mede pelo número de pessoas em um ato, mas pelo compromisso com a liberdade e com a justiça. Seguiremos na luta contra a impunidade e em defesa dos direitos do povo.”
Mesmo assim, a narrativa de que o evento fracassou se consolidou entre os adversários políticos, que destacaram a baixa adesão como um reflexo da dificuldade da esquerda em mobilizar as massas.
A repercussão nas redes sociais
As redes sociais foram tomadas por memes e comentários sobre o evento. Hashtags como #PaulistaVazia e #FracassoDoBoulos dominaram os trending topics. A comparação entre as imagens do ato de Copacabana e da Paulista serviu para reforçar a ideia de que a direita tem maior capacidade de mobilização popular.
Os aliados de Bolsonaro argumentam que a grande adesão aos eventos da direita demonstra que sua base segue forte e engajada. Já os apoiadores de Boulos afirmam que os atos não são uma competição de público, mas sim uma forma de expressar reivindicações políticas.
Impacto político e projeção para o futuro
Com a aproximação das eleições municipais de 2025, as manifestações se tornam cada vez mais relevantes. Bolsonaro, mesmo inelegível, continua a ser o principal nome da oposição e usa esses eventos para medir sua influência. Já a esquerda enfrenta o desafio de encontrar estratégias eficazes para mobilizar suas bases e demonstrar sua força nas ruas.
O grande questionamento é se a esquerda conseguirá reverter essa percepção de baixa mobilização ou se continuará sendo alvo de críticas e comparativos desfavoráveis. Os próximos eventos políticos dirão se essa tendência se consolidará ou se novos fatos mudarão o cenário.