Bolsonaro diz que prisão seria sua sentença de morte e nega tentativa de golpe

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O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre as investigações que enfrenta e afirmou que uma eventual prisão representaria o fim de sua vida. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele reiterou que não tem arrependimentos sobre sua postura após a derrota nas eleições de 2022 e negou qualquer tentativa de golpe de Estado. A declaração reacende o debate sobre seu futuro político e as consequências jurídicas de seus atos.

Discussão sobre alternativas pós-eleição

Bolsonaro admitiu que, ao perceber que não poderia recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), buscou entender quais medidas poderiam ser adotadas dentro da Constituição. Ele mencionou possibilidades como estado de sítio, estado de defesa e o artigo 142, mas afirmou que nenhuma dessas opções foi levada adiante. Segundo ele, essas discussões ocorreram de forma teórica e sem qualquer intenção real de ruptura institucional.

O ex-presidente também revelou que conversou com comandantes militares para avaliar se havia fundamentação jurídica para questionar o resultado eleitoral. No entanto, ele minimizou a importância dessas reuniões e disse que, mesmo que houvesse base legal, não haveria condições práticas para seguir adiante. “Se você quer dar um golpe, você troca o ministro da Defesa, você troca o comandante de Força. Você não dá golpe à luz do dia”, declarou.

Acusações, investigações e críticas ao STF

Bolsonaro enfrenta uma série de processos, incluindo a investigação sobre tentativa de golpe e a falsificação de seu cartão de vacina. Ele criticou a delação do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e disse que um delator deve apresentar provas concretas para sustentar suas alegações. Apesar do arquivamento da investigação sobre a falsificação do cartão de vacina pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro afirmou que não tem esperanças de que outros processos contra ele tenham o mesmo desfecho.

Ele também reafirmou que não se arrepende de questionar o resultado das urnas em 2022. “Eu tinha meus questionamentos, todo candidato faz isso quando vislumbra qualquer possibilidade. E eu jamais passaria a faixa para ele [Lula] também, mesmo que não tivesse dúvidas de nada”, declarou.

Futuro político e possibilidade de prisão

Apesar das investigações, Bolsonaro segue como uma figura influente na política brasileira. Questionado sobre um possível pedido de asilo nos Estados Unidos, ele negou essa possibilidade e afirmou que continuará no Brasil. “Eu acho que estou com uma cara boa aqui. Tenho 70 anos, vou pedir asilo pra quê?”, ironizou.

O ex-presidente também se posicionou contra a ideia de um projeto de anistia para si e para seus aliados, afirmando que nunca quis discutir o tema. Segundo ele, não esperava ser envolvido no processo sobre os atos do 8 de janeiro, pois estava nos Estados Unidos na data dos acontecimentos.

O futuro de Bolsonaro segue incerto, mas suas declarações reforçam a estratégia de mobilizar sua base política e se manter relevante no cenário nacional. Se conseguir superar as barreiras jurídicas, ele poderá ser um nome forte para as próximas eleições. Caso contrário, sua influência pode se limitar ao apoio a um sucessor político.

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