O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) é o novo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, após a surpreendente decisão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar do mandato para permanecer nos Estados Unidos por tempo indeterminado. A escolha de Barros foi confirmada nesta quarta-feira (19/3), com 24 votos a favor e quatro em branco.
Eduardo Bolsonaro abandona mandato e se refugia nos EUA
A decisão de Eduardo Bolsonaro pegou aliados de surpresa. O parlamentar, que viajou aos Estados Unidos em fevereiro para articular possíveis retaliações contra o ministro Alexandre de Moraes, anunciou que não pretende retornar ao Brasil. Em um vídeo divulgado na terça-feira (18/3), Eduardo afirmou: "Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais voltar para casa. Meu trabalho é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil".
O PL, que tinha a Comissão de Relações Exteriores como prioridade absoluta na Câmara, pretendia colocar Eduardo Bolsonaro na presidência do colegiado para intensificar as críticas ao governo Lula no cenário internacional. No entanto, sua saída repentina obrigou o partido a mudar de planos e indicar Filipe Barros para a função.
Filipe Barros assume para manter o tom oposicionista
Com 33 anos e natural de Londrina (PR), Filipe Barros foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2018 e já exerceu a liderança da Oposição na Câmara. Agora, como presidente da Comissão de Relações Exteriores, ele terá a missão de manter as pautas defendidas por Eduardo Bolsonaro e continuar a pressão contra as políticas internacionais do governo Lula.
O novo presidente do colegiado é conhecido por sua postura combativa e alinhamento com as bandeiras bolsonaristas. Com a nomeação, o PL busca garantir que a comissão siga atuando de forma crítica ao atual governo e amplifique a narrativa de "perseguição judicial" contra aliados de Bolsonaro.
O impacto da saída de Eduardo Bolsonaro no jogo político
A saída de Eduardo Bolsonaro da linha de frente da oposição no Congresso representa uma mudança significativa no tabuleiro político. Sua decisão de permanecer nos Estados Unidos e a incerteza sobre seu retorno levantam questionamentos sobre sua estratégia e o futuro de sua influência política no Brasil.
O gesto também alimenta especulações sobre um possível temor de repercussões judiciais. Enquanto isso, Filipe Barros assume o comando da Comissão de Relações Exteriores com a missão de manter a presença bolsonarista forte na Câmara, reforçando a crítica ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal.