A declaração do senador Plínio Valério (PSDB-AM) sobre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, causou revolta e uma reação imediata de lideranças políticas, que repudiaram o tom violento da fala. A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, e a ministra Gleisi Hoffmann foram algumas das vozes mais contundentes na defesa de Marina, condenando a fala do senador e exigindo medidas contra discursos de ódio e misoginia na política.
O episódio aconteceu durante um evento da Fecomércio, onde Plínio Valério declarou que sentia vontade de "enforcar" Marina Silva, em referência a debates ocorridos na CPI das ONGs. A declaração rapidamente se espalhou e gerou reação de figuras do governo e do meio político, além de organizações que atuam no combate à violência política contra mulheres.
Janja e Gleisi Hoffmann reagem e cobram providências
A primeira-dama Janja foi uma das primeiras a se manifestar, destacando a importância histórica e política de Marina Silva e criticando duramente o tom da declaração de Valério. Segundo Janja, falas como essa "legitimam a violência" e reforçam um ambiente hostil para as mulheres na política.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT e ministra do governo, também repudiou o episódio, classificando-o como um exemplo de violência política de gênero. Hoffmann defendeu a necessidade de medidas mais rigorosas para coibir ataques verbais e ameaças dirigidas a mulheres que ocupam espaços de poder. "Não podemos normalizar esse tipo de discurso. A democracia não pode tolerar que mulheres sejam alvo de ameaças simplesmente por exercerem suas funções", afirmou.
Repercussão e rebatida de Marina Silva
Diante da polêmica, Marina Silva respondeu com um tom firme, afirmando que "somente psicopatas" fazem ameaças desse tipo e ressaltou que, se o debate fosse com um homem, declarações desse nível não ocorreriam. A ministra do Meio Ambiente também destacou que episódios como esse reforçam a necessidade de avanços na legislação para punir casos de violência política de gênero.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também se manifestou, classificando a fala de Plínio Valério como um "combustível para a violência". O episódio levou a Procuradoria Especial da Mulher no Senado a emitir uma nota de repúdio, reforçando que o Congresso deve ser um ambiente de respeito e não de incitação à violência.
Consequências e mobilização no Congresso
A declaração de Plínio Valério também provocou reações entre parlamentares. Um grupo de deputadas de nove partidos se uniu para apresentar uma representação contra o senador no Conselho de Ética do Senado, pedindo que medidas sejam tomadas para punir discursos de teor violento e misógino.
Apesar da pressão, Plínio Valério afirmou que não se arrepende de suas palavras e tentou minimizar as críticas, negando que sua declaração tenha sido machista ou incitasse a violência. Ainda assim, a repercussão negativa deve levar a novos desdobramentos, ampliando o debate sobre a violência política de gênero e a necessidade de penalização para falas agressivas contra mulheres na política.
O caso coloca em evidência o ambiente hostil enfrentado por mulheres na esfera política brasileira e reforça a urgência de mecanismos que garantam mais segurança e respeito na atuação pública.