A mais recente pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça-feira (25/2), revelou que a economia é a área com a pior avaliação no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o levantamento, 32% dos entrevistados consideram a condução econômica do governo insatisfatória, tornando-se o setor mais criticado pela população. Em seguida, aparecem segurança pública (20%) e saúde (13%) como as áreas com maior índice de desaprovação.
Por outro lado, a pesquisa também identificou os setores mais bem avaliados da gestão atual. A ajuda aos mais pobres lidera com 22% de aprovação, seguida por educação (12,8%) e relações internacionais (10,7%). Esses resultados indicam que, apesar de alguns pontos positivos na administração petista, a insatisfação com a economia tem sido um fator determinante para a queda da aprovação do governo.
O presidente da CNT, Vander Costa, destacou que a percepção de piora econômica e o aumento dos preços, principalmente dos alimentos, representam os maiores desafios para a popularidade do governo. Esse cenário pode impactar diretamente as eleições futuras e a capacidade da atual gestão de implementar suas políticas públicas com apoio popular.
A pesquisa também abordou a inflação e sua influência na insatisfação dos brasileiros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, acumulou alta de 4,56% nos últimos 12 meses (fevereiro de 2024 a janeiro de 2025). Esse índice indica que a inflação segue pressionando o custo de vida da população, especialmente com a alta nos preços de alimentos básicos, como carnes, café, leite e derivados.
No ano anterior, a inflação dos alimentos chegou a apresentar uma leve deflação de -0,5%, mas, em 2024, o aumento foi expressivo, chegando a 8,2%. Diante desse quadro, o governo aposta em medidas para conter os preços, incluindo a valorização do real frente ao dólar, que caiu cerca de 10% nos últimos dois meses, além da expectativa de uma "supersafra" agrícola em 2025 para reduzir o custo da alimentação.
Além das preocupações com a economia, a pesquisa CNT também registrou uma queda significativa na aprovação do governo federal e do próprio presidente Lula. O índice de aprovação do petista caiu de 50% em novembro para 40,5% nesta última rodada, enquanto a desaprovação saltou de 46% para 55%. Esse aumento na insatisfação pode estar diretamente ligado à percepção negativa sobre a economia e à alta de preços que afeta o dia a dia dos brasileiros.
A avaliação negativa do governo federal também registrou um crescimento expressivo. Em novembro de 2024, a taxa de reprovação era de 31%, mas agora subiu para 44%, um aumento de 13 pontos percentuais. Esses dados mostram uma tendência de desgaste da imagem do governo, que pode enfrentar ainda mais dificuldades caso não consiga reverter a insatisfação popular.
A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23 de fevereiro de 2025, com 2.002 entrevistas em diversas regiões do país. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais, o que reforça a precisão dos dados apresentados.
Diante desse cenário, o governo Lula precisará reforçar suas estratégias econômicas para tentar recuperar a confiança da população e reverter a percepção negativa sobre sua gestão. A inflação, o custo de vida e a segurança pública serão temas centrais nos próximos meses, podendo definir os rumos da política nacional e o cenário para as eleições futuras.
