Alta dos Alimentos: Lula Culpa Mercado e Promete Ação Rígida

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira que o governo federal está disposto a adotar medidas mais drásticas para conter o avanço da inflação dos alimentos, que tem impactado diretamente a mesa dos brasileiros. Durante um evento em Minas Gerais, onde entregou mais de 12 mil lotes para famílias acampadas em assentamentos rurais, o presidente destacou que está profundamente preocupado com a escalada dos preços e que o governo está em busca de soluções eficazes para o problema.


Na quinta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin já havia anunciado um pacote de medidas para amenizar a alta nos preços dos alimentos, incluindo a redução de impostos sobre a importação de alguns itens essenciais. No entanto, Lula deixou claro que, caso essas ações não sejam suficientes, o governo não hesitará em adotar medidas mais rigorosas para garantir que os brasileiros tenham acesso a produtos alimentícios a preços mais acessíveis.


Em seu discurso, o presidente enfatizou que já foram realizadas reuniões com ministros e representantes do setor para avaliar as causas da alta nos preços e buscar soluções conjuntas. Lula mencionou especificamente o aumento do preço do ovo e do café, produtos amplamente consumidos no país. "A galinha não está cobrando mais caro para botar ovo. Então, por que o preço está subindo tanto? Precisamos entender isso e agir para conter esses aumentos", afirmou.


O governo federal anunciou a isenção da alíquota de importação de vários produtos para tentar reduzir seus preços no mercado interno. Entre os itens beneficiados estão o café, o azeite de oliva, o óleo de girassol, o milho, o açúcar, a sardinha, os biscoitos, as massas alimentícias e diferentes tipos de carne. Com essa medida, o governo espera aumentar a oferta desses produtos e, consequentemente, reduzir seus preços para o consumidor final.


A preocupação com a inflação dos alimentos ocorre em um momento em que o governo também avança com iniciativas voltadas para a reforma agrária e o fortalecimento da agricultura familiar. Durante o evento em Minas Gerais, Lula anunciou um investimento de R$ 1,6 bilhão para o programa de crédito instalação, que contempla habitação, apoio inicial e incentivos para jovens e mulheres no campo. A expectativa é beneficiar milhares de famílias com moradia e condições para iniciar a produção agrícola.


O presidente assinou ainda sete decretos ligados à reforma agrária, somando 13.307 hectares de terra destinados a agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O governo também destinou terras da União ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a criação de novos assentamentos nos estados do Paraná, Bahia, Pará e Mato Grosso, que beneficiarão diretamente 153 famílias.


Outra medida anunciada foi uma nova rodada do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que terá uma linha de crédito de até R$ 50 mil para pequenos produtores, com juros reduzidos entre 0,5% e 1,5% ao ano e desconto de 25% para pagamentos em dia. Além disso, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) receberá um investimento de R$ 48 milhões em 2025, ampliando as oportunidades de educação para trabalhadores rurais.


A iniciativa de distribuir terras e fortalecer a agricultura familiar faz parte da estratégia do governo para garantir maior produção de alimentos e ajudar a estabilizar os preços. Lula ressaltou que o objetivo principal é garantir que os brasileiros possam se alimentar de forma digna e que o governo continuará trabalhando para combater a especulação nos preços dos alimentos.


O evento contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e outras autoridades. Apesar das críticas que o governo tem recebido de alguns setores, Lula garantiu que não recuará diante dos desafios e que, se necessário, medidas ainda mais drásticas serão adotadas para conter a inflação dos alimentos.


Com as medidas já anunciadas e outras que podem ser adotadas nos próximos meses, o governo pretende equilibrar a oferta de produtos alimentícios no mercado e proporcionar um alívio para os consumidores que vêm enfrentando aumentos constantes nos preços. A expectativa é que, com o aumento da produção e a redução dos impostos sobre importação, os preços possam se estabilizar e, gradualmente, diminuir, garantindo um cenário mais favorável para a população brasileira.


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