O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, tem um encontro crucial nesta quarta-feira (19/3) com o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A reunião acontece no mesmo dia em que o tribunal avalia pedidos de afastamento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e do próprio Zanin da análise do caso envolvendo Bolsonaro e outros 33 acusados de tentativa de golpe de Estado.
Encontro estratégico antes de julgamento decisivo
A reunião entre Vilardi e Zanin ocorre às 16h no STF, poucos dias antes do início do julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, marcado para 25 de março. Além de Bolsonaro, a denúncia atinge figuras-chave de seu governo, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, representado pelo advogado Andrew Fernandes, que também tem audiência com Zanin.
A sessão extraordinária para analisar o afastamento dos ministros ocorre virtualmente, com votação dos magistrados sem debate direto. O julgamento começou às 11h e segue até as 23h59 desta quinta-feira (20/3). Caso haja pedido de vista, o processo pode ser suspenso. Se um dos ministros solicitar destaque, a decisão será transferida para julgamento presencial no plenário.
Pressão para afastamento de Zanin e Dino
A defesa de Bolsonaro e dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes argumenta que Cristiano Zanin e Flávio Dino devem ser impedidos de atuar no caso, pois ambos foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adversário político de Bolsonaro nas eleições de 2022. A tentativa de afastamento havia sido negada previamente pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, mas agora será reavaliada pelo plenário virtual.
Caso o pedido de afastamento seja rejeitado, a Primeira Turma do STF seguirá com o julgamento da denúncia da PGR contra Bolsonaro e seus aliados, que pode resultar na abertura de uma ação penal e na transformação dos envolvidos em réus. Se aceito, um novo relator pode ser designado para conduzir o caso.
Acusações e o impacto do julgamento
A PGR acusa Bolsonaro e outros 33 investigados de crimes como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e dano qualificado por grave ameaça ao patrimônio da União. A denúncia se baseia em provas colhidas durante investigações que apontam a existência de um plano para deslegitimar o resultado das eleições de 2022 e manter Bolsonaro no poder.
A decisão do STF sobre os pedidos de impedimento e o julgamento da denúncia podem ter grande impacto no cenário político nacional. Com as tensões entre Executivo, Legislativo e Judiciário cada vez mais acirradas, o desfecho desse caso pode redefinir o futuro político de Bolsonaro e sua base de apoio.
