Se Jair Bolsonaro Ficar Inelegível, Eduardo Bolsonaro Pode Ser o Próximo Presidente do Brasil

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou recentemente que está disposto a se candidatar à Presidência da República, caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, permaneça inelegível até 2030. Durante uma entrevista, Eduardo reforçou que essa decisão dependeria exclusivamente de uma orientação direta de Jair Bolsonaro, a quem ele descreve como a principal liderança do movimento conservador no Brasil. A declaração veio em resposta ao estrategista norte-americano Steve Bannon, que, em tom de apoio, se referiu a Eduardo como o “futuro presidente do Brasil”.


Eduardo destacou que seu plano prioritário é ver Jair Bolsonaro novamente como candidato, mas admitiu que aceitaria assumir essa responsabilidade caso fosse necessário para manter a união da direita. “Meu plano A, B e C segue sendo Jair Bolsonaro. Mas, se ocorrer, se for para ser o candidato com ele escolhendo, eu me sacrificaria, sim”, afirmou o deputado. Ele ressaltou que sua maior preocupação é a preservação do legado político de Bolsonaro e a manutenção da coesão entre os apoiadores do ex-presidente.


A declaração ocorre em meio a especulações sobre o futuro da direita brasileira, que busca se reorganizar após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023. Eduardo Bolsonaro reconheceu que o campo conservador enfrenta desafios, mas acredita que a liderança de seu pai é indispensável para a articulação de uma estratégia política eficaz. Ele também demonstrou ceticismo em relação a outras lideranças que poderiam surgir como alternativas à sucessão presidencial dentro da direita. Citou nomes como Pablo Marçal e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, questionando se teriam força suficiente para superar o protagonismo de Jair Bolsonaro. Para ele, o fortalecimento do movimento conservador está diretamente ligado à fidelidade à figura do ex-presidente.


“Se Bolsonaro mandar, eu apoio qualquer um. Não vou contestar a liderança dele”, disse Eduardo, deixando claro que não pretende apoiar nenhum nome que não tenha sido escolhido diretamente por seu pai. Apesar disso, o deputado evitou entrar em detalhes sobre possíveis candidaturas de aliados próximos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, frequentemente apontado como um presidenciável de peso dentro do campo conservador.


Durante a entrevista, Eduardo também abordou o impacto das investigações envolvendo Jair Bolsonaro, incluindo o chamado “inquérito do golpe”, que apura supostas ações antidemocráticas após as eleições de 2022. Ele argumentou que qualquer denúncia contra o ex-presidente será interpretada como perseguição política, o que, em sua visão, pode fortalecer ainda mais o bolsonarismo. “Caso ele seja denunciado, vai ser visto como uma vítima. Isso geraria uma comoção nacional e fortaleceria ainda mais a figura dele como liderança, permitindo que ele influencie diretamente na escolha do próximo presidente e amplie sua força no Senado”, avaliou.


A estratégia de Eduardo reflete uma narrativa já consolidada entre os aliados de Jair Bolsonaro, que frequentemente apontam as investigações contra o ex-presidente como uma tentativa de enfraquecer a direita no Brasil. Essa abordagem tem como objetivo mobilizar a base de apoiadores do bolsonarismo e manter a influência política de Jair Bolsonaro, mesmo em um cenário de inelegibilidade.


A proximidade de Eduardo Bolsonaro com Steve Bannon também foi destaque na entrevista. O estrategista americano, conhecido por seu papel na campanha de Donald Trump, tem se tornado um importante aliado do grupo político liderado por Jair Bolsonaro. Bannon frequentemente destaca Eduardo como uma figura central no movimento conservador brasileiro, o que reforça as especulações sobre sua possível candidatura.


Apesar do otimismo de Eduardo em relação à força do bolsonarismo, analistas políticos apontam que a eventual candidatura do deputado à Presidência enfrentaria obstáculos significativos. O campo conservador tem apresentado sinais de fragmentação, com o crescimento de outras lideranças que disputam espaço dentro da direita. Além disso, a rejeição a Jair Bolsonaro em alguns setores da sociedade pode se refletir na percepção pública de Eduardo, caso ele decida concorrer.


Outro desafio seria a própria capacidade de Eduardo em atrair o apoio de eleitores que, embora alinhados com valores conservadores, buscam uma renovação de lideranças. Para muitos, a figura do deputado ainda está fortemente associada ao legado de seu pai, o que pode dificultar sua independência política. Por outro lado, sua lealdade irrestrita a Jair Bolsonaro é vista como uma vantagem para manter a base bolsonarista unida.


Enquanto isso, o cenário político brasileiro segue imprevisível. Desde a derrota de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, a direita tem tentado se reorganizar para enfrentar o governo do PT e construir uma alternativa viável para as próximas eleições. Eduardo Bolsonaro acredita que o fortalecimento do movimento conservador depende de sua unidade em torno do legado de Jair Bolsonaro e da capacidade de articular estratégias eficazes para conquistar novos eleitores.


A possível candidatura de Eduardo à Presidência representaria não apenas uma tentativa de manter a hegemonia do bolsonarismo, mas também um teste para sua capacidade de liderança. Apesar de seu discurso centrado na figura do pai, o deputado terá que provar sua habilidade política para lidar com os desafios de uma campanha presidencial e com as complexidades do cenário político nacional.


Eduardo Bolsonaro encerrou a entrevista reafirmando sua lealdade ao pai e ao movimento conservador. Ele garantiu que qualquer decisão sobre sua possível candidatura será tomada em conjunto com Jair Bolsonaro e que, enquanto isso, continuará trabalhando para fortalecer a direita no Brasil. Para o deputado, o futuro do movimento conservador depende de sua capacidade de se manter coeso e fiel aos princípios que levaram Jair Bolsonaro ao poder em 2018.


O cenário político brasileiro está longe de ser definido, e a postura de Eduardo Bolsonaro reflete tanto os desafios quanto as oportunidades enfrentadas pelo bolsonarismo. Com Jair Bolsonaro inelegível, o movimento conservador terá que decidir se continuará apostando na centralidade do ex-presidente ou se buscará novas lideranças capazes de atrair eleitores e garantir sua relevância nas próximas eleições. O papel de Eduardo nessa história ainda está em aberto, mas suas declarações indicam que ele está disposto a assumir a responsabilidade, caso seja necessário, para preservar o legado político de seu pai.

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