TCU inicia apuração sobre supostas irregularidades nos gastos públicos do festival "Janjapalooza"

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TCU investiga gastos no evento cultural apelidado de "Janjapalooza"

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu, nesta segunda-feira (18), um procedimento para apurar possíveis irregularidades nos gastos públicos relacionados ao Festival de Cultura Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, evento realizado entre os dias 14 e 16 de novembro no Rio de Janeiro. Apelidado de "Janjapalooza" por causa do apoio da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, o festival reuniu grandes nomes da música brasileira e contou com entrada gratuita.

A investigação atende aos pedidos dos deputados Ubiratan Sanderson (PL) e Gustavo Gayer (PL) e está sendo conduzida sob as relatorias dos ministros Jorge Oliveira e Walton Alencar Rodrigues. Entre os pontos de questionamento está o uso de recursos públicos, incluindo patrocínios de R$ 18 milhões pela Petrobras e R$ 15 milhões pela Itaipu, para custear o evento.

Em uma manifestação nas redes sociais, o deputado Sanderson criticou os valores destinados ao festival, afirmando que o gasto de R$ 33 milhões não apresenta clareza sobre o interesse público. Além disso, os processos incluem representações que questionam o pagamento de cachês aos artistas convidados. Entre os nomes que se apresentaram no evento estão Ney Matogrosso, Zeca Pagodinho, Daniela Mercury, Seu Jorge e Diogo Nogueira.

Até o momento, o TCU informou que ainda não tomou nenhuma decisão sobre os processos. Os documentos relacionados à investigação permanecem sob sigilo, e o tribunal segue analisando os detalhes antes de quaisquer deliberações.

Primeira-dama e Ministério da Cultura no centro do debate

O festival, que ocorreu no contexto do G20 Social, foi oficialmente aberto pela primeira-dama Janja, acompanhada da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Janja teve um papel de destaque na organização do evento, o que motivou o apelido popularmente dado à celebração.

Apesar de ser anunciado como uma iniciativa voltada à conscientização sobre fome e pobreza, críticos apontam que o festival teria priorizado atrações artísticas sem evidenciar sua conexão direta com os objetivos sociais propostos. Por sua vez, apoiadores argumentam que o evento trouxe visibilidade para questões globais relevantes e destacou a cultura brasileira em um encontro internacional.

O Ministério da Cultura, responsável pela articulação do festival, não respondeu aos questionamentos até a publicação desta matéria. A pasta segue sob pressão para esclarecer a destinação dos recursos e justificar os critérios adotados para a escolha de artistas e estrutura do evento.

Com a apuração do TCU em andamento, espera-se que os próximos dias tragam novos detalhes sobre os gastos e a organização do festival, incluindo possíveis implicações políticas e administrativas para os envolvidos. Enquanto isso, o debate sobre o uso de recursos públicos em eventos culturais continua aquecendo o cenário político nacional.

 

 

 

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